Há dias assim...
Dias em que a revolta se apodera de mim... Dias que me dá uma raiva tão grande que me apetece arrancar as entranhas a mim própria, como quem arranca um mal pela raiz, ou uma erva daninha...
Dias em que percebo que nem todo o dinheiro do mundo, nem o amor que me têm, nem os sorrisos e as festas que me dão, servem para curar certos males, males fisicos...
Não quero ser pobre e mal agradecida, nada disso, o dinheiro, o amor, os sorrisos e a compreensão dos meus ajuda-me muito, muito mesmo!
No entanto está lá sempre aquele "quê" de revolta, "porquê eu?", "porque é que isto não passa?", "Porque é que ouço sempre a mesma resposta? - Não é carne nem é peixe! Já não sei o que te fazer!-"
Hoje ao fim de meses, parei e chorei, chorei... chorei até secar... Desejei muito que o meu porto abrigo estivesse ali ao meu lado para me reconfortar... Se ele estivesse ali, provavelmente nem teria chorado, só o facto de o ter comigo dá-me forças... energisa-me...
Logo aninho-me nele, adormeço a sentir-lhe a respiração entre festas e beijos... descanso...
E amanhã vamos à luta de novo, novamente cheia de força, novamente a acreditar que "desta é que é!"
Agora?
Agora só quero estar sossegadinha à espera dele...
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